Greve chega ao seu quarto dia

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Em Formosa, os servidores públicos municipais decretaram greve nos serviços ligados à educação, saúde e limpeza pública desde a segunda-feira (2). O motivo que gerou a insatisfação dos trabalhadores é a proposta de parcelamento do retroativo do Piso Salarial dos Professores bem como o retroativo referente à Data Base, que compreendem o período entre os meses de janeiro a março. Também integram a pauta reivindicatória melhores condições de trabalho por meio da aquisição de Equipamentos de Proteção Individual e a programação de datas para negociação dos Planos de Carreira e das Tabelas Salariais.


Na terça, os funcionários se reuniram em assembleia do Sinprefor - sindicato que representa a categoria - na Praça da Prefeitura para expor os motivos da greve de maneira clara e precisa. A movimentação contou com cerca de 300 funcionários que cobraram maior clareza nas contas públicas, o parcelamento das dívidas retroativas com os servidores em até duas parcelas, além da abertura de diálogo.

Sem apoio da Câmara
Na quarta-feira foi a vez de os funcionários realizarem a passeata para expor à comunidade as principais demandas do serviço público municipal. O movimento se encerrou com a ocupação dos servidores no saguão principal do Centro Administrativo da Prefeitura Municipal de Formosa e encontrou as portas fechadas. Vendo que não teriam condições de marcar sequer uma data para abertura das negociações, os servidores convocaram a presença dos trabalhadores na sessão ordinária da Câmara Municipal de Formosa para expor a situação e solicitar apoio dos vereadores bem como a ocupação na manhã da quinta para realização da negociação.

De noite na Câmara Municipal cerca de 80 funcionários se dirigiram ao plenário em busca do atendimento à solicitação da Tribuna Livre, um dia antes, conforme regimento interno. Dentro do plenário, o presidente da Casa vetou o uso atribuindo o fato de ter ocorrido uma situação intempestiva em outra situação com um outro cidadão e que por isto estava suspenso o uso da palavra por parte dos servidores. Mesmo com a insistência de alguns parlamentares, o presidente não permitiu, o que fez com que os trabalhadores saíssem da reunião tecendo comentários como: "A casa não é mais do povo", "Essa Câmara não nos representa", "Quatro anos passam rápido" e que a "Ditadura retornou". De maneira pacífica, o plenário foi esvaziado e o sindicato não registrou nenhum incidente.

Parcelamento dos atrasados
Pela manhã de quinta-feira, enquanto os servidores se organizavam para realizar a ocupação pacífica do saguão principal da Prefeitura, integrantes da Polícia Militar e da Guarda Municipal, obedecendo ordens da Prefeitura, realizaram o fechamento do Centro Administrativo com cordão de isolamento. O manifesto pacífico negociou a subida de integrantes grevistas para uma reunião.

Na reunião, que durou quatro horas, a Prefeitura continuou sendo inflexível em relação à manutenção da proposta de 10 parcelas. Quanto aos Equipamentos de Proteção Individual, a Prefeitura encaminharia ofício no mesmo dia informando a situação das licitações das compras dos materiais e na segunda-feira (9) estariam passando um cronograma de negociação dos Planos de Carreira e Tabelas.

A alteração nas propostas ocorreram após a comissão afirmar que, com uma proposta razoável, poderia suspender a greve. Assim, os representantes da Prefeitura remodelaram o parcelamento, que se iniciaria em outubro, seguiria em 10 parcelas, e as três últimas seriam somadas e pagas em maio, dependendo da situação orçamentária do Executivo local.

Proposta rejeitada e carreata
Em Assembleia do Sinprefor, a proposta foi refutada mais uma vez e nesta sexta-feira (6), os funcionários se encontraram na Praça da Prefeitura para a realização de carreata no município com a intenção de divulgar os motivos que levaram os trabalhadores à greve.

Para a dirigente sindical do Sinprefor Karla de Castro, o movimento está fortalecido, com adesão massiva de servidores. "A hora é agora e não vamos recuar enquanto a prefeitura não apontar uma proposta minimamente razoável para os servidores", disse.

Dia 7 às 7
No dia da Independência, os servidores irão se encontrar na Praça mais uma vez para escrever cartazes e, de preto e em silêncio, se colocaram ao lado de onde o desfile irá passar. A única forma de se expressarem será por meio das cartolinas. O movimento pede para que os cidadãos também vá de preto em apoio à greve.