SINPREFOR chama a atenção para o câncer de mama, informe-se mais sobre esta doença
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Hoje o dia começou mais cor de rosa. A luta contra o câncer de mama terá, no mês de outubro, atenção especial quanto à prevenção, diagnóstico e tratamento. Assim, o SINPREFOR chama a atenção para o assunto com a matéria do site "O povo" com o protagonista e já vitorioso neste combate há 35 anos, o chefe do Serviço de Mastologia da Maternidade Escola Assis Chateaubriand e do Hospital das Clínicas, Luiz Porto, pede a participação da sociedade para mudar paradigmas.
Em entrevista ao O POVO, ele avalia, ainda, a necessidade urgente de melhoramento da rede de atendimento às mulheres. Luiz Porto preside o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (Geeon) e coordena o Comitê Estadual de Controle do Câncer.
O POVO - Atualmente, o que é primordial na luta contra o câncer de mama?
Luiz Porto - Uma abordagem interdisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiras, psicólogos, fisioterapeutas, antropólogos. Esse diálogo é necessário, principalmente no nosso país, onde a luta está apenas começando. Temos ainda muitos problemas, não só do ponto de vista médico, mas do social. Por exemplo: das 480 mil mamografias que poderiam ser feitas (no Ceará) com os 48 mamógrafos do SUS (Sistema Único de Saúde), estamos fazendo apenas 120 mil. Isso precisa ser pensado.
OP - Porque não conseguimos alcançar o índice ideal de exames?
Luiz Porto - Primeiro porque as mulheres ainda não sabem a importância da mamografia. O Governo Federal paga todos os exames pelo SUS, então não é falta de recursos econômicos. Os mamógrafos estão disponíveis, mas nem os médicos solicitam o exame de maneira adequada e nem a mulher tem o acolhimento ideal quando chega a um posto de saúde. Se ela tem idade para fazer o exame, não precisa ser inserida em uma fila, tem de fazer o exame imediatamente. Isso não tem acontecido. Além dessa questão, faltam profissionais de radiologia que tenham nível de conhecimento suficiente para fazer a leitura dessas mamografias. Precisamos também desmistificar o medo das mulheres quanto à dor durante a mamografia. Hoje, contamos com técnicas relaxantes de músculos que possibilitam que a mulher posicione a mama da maneira correta e sem dor durante o exame. Ela também precisa saber que o câncer diagnosticado no início é curável e que não é precisa sofrer nenhuma mutilação, na maioria dos casos. Esse medo de fazer o exame tem que acabar.
OP - Essa leitura mais específica da mamografia deve ser feita também através de outros exames?
Luiz Porto - Em um percentual significativo das mulheres que fazem mamografia é necessário a realização de exames complementares: ultrassonografia, mamografia da outra mama em casos de incidência, ressonância magnética ou mesmo biópsia de uma lesão que é impalpável. A estereotaxia, por exemplo, é um exame que pode localizar uma lesão não palpável. Nenhum mamógrafo no Ceará tem o equipamento para fazer este procedimento. Estamos tentando implantar aqui, mas além de ser caro, precisamos de radiologistas preparados para operá-lo.
OP - Quais ações cotidianas podem ajudar a prevenir o câncer de mama?
Luiz Porto - Existe o chamado comportamento defensivo, que inclui a mulher administrar sua sexualidade, evitando abusar de anovulatórios e de hormônios para reposição. A mulher que faz atividade física por pelo menos 50 minutos, seis dias na semana, tem até 30% menos chances de ter câncer de mama. A alimentação também precisa ser adequada, com menos ingestão de carne vermelha e açúcares. Outro fator é a mulher ter filhos antes dos 30 anos, porque, na gravidez e durante a lactação, ela gasta as células-tronco da mama, que aumentam o risco da doença.
OP - Existem alguns sinais que possam alertar as mulheres sobre um possível surgimento do câncer na mama?
Luiz Porto - Não espere pela dor, o câncer pode doer ou não. Mulheres acima de 50 anos, mesmo que não sintam nada em suas mamas, precisam fazer mamografia a cada dois anos. Para quem tem parentes de primeiro grau que já tiveram a doença, o exame é antecipado em 15 anos a partir da idade do parente quando teve o câncer. O que chama mais atenção são os nódulos que, quando palpáveis, precisam ser investigados por um mastologista. A mulher deve conhecer suas mamas como a polpa dos dedos, para apalpar e sentir alguma alteração. Deve examinar o relevo, o eixo dos mamilos, se eles estão simétricos. Algumas pacientes não encontram nada ao apalpar, mas sabem que há algo errado. Se você sentir algo diferente, vá ao médico, pode ser um nódulo impalpável que está puxando o mamilo para os lados e você não consegue descrever exatamente o que é.
OP - Qual a importância do Outubro Rosa?
Luiz Porto - Como nós estamos com todos esses problemas que eu mencionei, o Outubro Rosa chama atenção da sociedade para se envolver na luta contra o câncer de mama. Sozinhos, os médicos não podem fazer nada. Ou a sociedade faz isso, verificando, informando e apoiando as mulheres que têm ou tiveram a doença, ou não vamos avançar. O envolvimento afasta o medo e traz a discussão mais para perto.
Notícia retirada do site: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2013/10/01/noticiasjornalcotidiano,3138915/outubro-rosa-mais-informacao-menos-medo-do-cancer-de-mama.shtml
Em entrevista ao O POVO, ele avalia, ainda, a necessidade urgente de melhoramento da rede de atendimento às mulheres. Luiz Porto preside o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (Geeon) e coordena o Comitê Estadual de Controle do Câncer.
O POVO - Atualmente, o que é primordial na luta contra o câncer de mama?
Luiz Porto - Uma abordagem interdisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiras, psicólogos, fisioterapeutas, antropólogos. Esse diálogo é necessário, principalmente no nosso país, onde a luta está apenas começando. Temos ainda muitos problemas, não só do ponto de vista médico, mas do social. Por exemplo: das 480 mil mamografias que poderiam ser feitas (no Ceará) com os 48 mamógrafos do SUS (Sistema Único de Saúde), estamos fazendo apenas 120 mil. Isso precisa ser pensado.
OP - Porque não conseguimos alcançar o índice ideal de exames?
Luiz Porto - Primeiro porque as mulheres ainda não sabem a importância da mamografia. O Governo Federal paga todos os exames pelo SUS, então não é falta de recursos econômicos. Os mamógrafos estão disponíveis, mas nem os médicos solicitam o exame de maneira adequada e nem a mulher tem o acolhimento ideal quando chega a um posto de saúde. Se ela tem idade para fazer o exame, não precisa ser inserida em uma fila, tem de fazer o exame imediatamente. Isso não tem acontecido. Além dessa questão, faltam profissionais de radiologia que tenham nível de conhecimento suficiente para fazer a leitura dessas mamografias. Precisamos também desmistificar o medo das mulheres quanto à dor durante a mamografia. Hoje, contamos com técnicas relaxantes de músculos que possibilitam que a mulher posicione a mama da maneira correta e sem dor durante o exame. Ela também precisa saber que o câncer diagnosticado no início é curável e que não é precisa sofrer nenhuma mutilação, na maioria dos casos. Esse medo de fazer o exame tem que acabar.
OP - Essa leitura mais específica da mamografia deve ser feita também através de outros exames?
Luiz Porto - Em um percentual significativo das mulheres que fazem mamografia é necessário a realização de exames complementares: ultrassonografia, mamografia da outra mama em casos de incidência, ressonância magnética ou mesmo biópsia de uma lesão que é impalpável. A estereotaxia, por exemplo, é um exame que pode localizar uma lesão não palpável. Nenhum mamógrafo no Ceará tem o equipamento para fazer este procedimento. Estamos tentando implantar aqui, mas além de ser caro, precisamos de radiologistas preparados para operá-lo.
OP - Quais ações cotidianas podem ajudar a prevenir o câncer de mama?
Luiz Porto - Existe o chamado comportamento defensivo, que inclui a mulher administrar sua sexualidade, evitando abusar de anovulatórios e de hormônios para reposição. A mulher que faz atividade física por pelo menos 50 minutos, seis dias na semana, tem até 30% menos chances de ter câncer de mama. A alimentação também precisa ser adequada, com menos ingestão de carne vermelha e açúcares. Outro fator é a mulher ter filhos antes dos 30 anos, porque, na gravidez e durante a lactação, ela gasta as células-tronco da mama, que aumentam o risco da doença.
OP - Existem alguns sinais que possam alertar as mulheres sobre um possível surgimento do câncer na mama?
Luiz Porto - Não espere pela dor, o câncer pode doer ou não. Mulheres acima de 50 anos, mesmo que não sintam nada em suas mamas, precisam fazer mamografia a cada dois anos. Para quem tem parentes de primeiro grau que já tiveram a doença, o exame é antecipado em 15 anos a partir da idade do parente quando teve o câncer. O que chama mais atenção são os nódulos que, quando palpáveis, precisam ser investigados por um mastologista. A mulher deve conhecer suas mamas como a polpa dos dedos, para apalpar e sentir alguma alteração. Deve examinar o relevo, o eixo dos mamilos, se eles estão simétricos. Algumas pacientes não encontram nada ao apalpar, mas sabem que há algo errado. Se você sentir algo diferente, vá ao médico, pode ser um nódulo impalpável que está puxando o mamilo para os lados e você não consegue descrever exatamente o que é.
OP - Qual a importância do Outubro Rosa?
Luiz Porto - Como nós estamos com todos esses problemas que eu mencionei, o Outubro Rosa chama atenção da sociedade para se envolver na luta contra o câncer de mama. Sozinhos, os médicos não podem fazer nada. Ou a sociedade faz isso, verificando, informando e apoiando as mulheres que têm ou tiveram a doença, ou não vamos avançar. O envolvimento afasta o medo e traz a discussão mais para perto.
Notícia retirada do site: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2013/10/01/noticiasjornalcotidiano,3138915/outubro-rosa-mais-informacao-menos-medo-do-cancer-de-mama.shtml
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